terça-feira, janeiro 19, 2010

Educador e Aprendiz


Procuro colocar-me na condição de eterna aprendiz, baseada nos seguintes pontos:
No passado não muito distante a identidade do professor era a de ensinar, hoje pode-se se dizer que é ensinar e aprender, e vice - versa. A formação inicial do professor já não é mais condição para o exercício da profissão com êxito. De acordo com Novoa, atualmente os professores têm que lidar não só com alguns saberes, como era no passado, mas também com a tecnologia e com a complexidade social, o que não existia no passado. A identidade do professor precisa ser compreendida como saber/pensar/agir/pesquisar/produzir que se traduz em professor especialista, professor reflexivo, professor pesquisador e professor construtor de novos saberes. De acordo com Salgado (Salto/2003 – desafios da escola) o profissional da educação precisa ser especialista que domina um instrumental próprio de trabalho e sabe fazer uso dele; um pensador capaz de repensar criticamente sua prática e as representações sociais sobre seu campo de atuação; um cidadão que faz parte de uma sociedade e comunidade. Como especialista o docente precisa conhecer e articular conteúdos e sua transposição didática, que domine um instrumental de trabalho valendo-se da tecnologia disponível incluindo a informática. Como pensador o professor deve compreender a natureza da educação em suas várias dimensões, que seja capaz de produzir saberes pedagógicos e contextualizar sua própria prática e que compreenda sua cultura contemporânea. Enfim, dada a complexidade que a profissão de professor remete, a concepção de ensinar e aprender deve ser construída a cada dia, em uma aprendizagem contínua.

Considerações sobre concepção de ensino

Dentre as concepções existentes, acredito que não existe uma milagrosa que gere resultados imediatos. E preciso ter conhecimentos das concepções que postulam um aprendizado com base na complexidade de cada contexto. A complexidade que se configura na sociedade atual instiga aos educadores a serem eternos aprendizes.
Estamos na era do conhecimento, da aprendizagem e da melhoria da qualidade de vida. Fica claro que a aprendizagem não pode mais ser associada unicamente às instituições de ensino. A questão chave da educação toma uma dimensão mais ampla: a de ser suporte para facilitar, atualizar e renovar a aprendizagem da pessoa durante toda a sua vida. É claro que escola não vai desaparecer, mas precisa urgentemente modificar a sua abordagem pedagógica, metodológica e didática.
A escola foi durante muitos século mera repassadora de conhecimentos, e ainda o é no presente. No entanto sua função deve ser outra: transformar-se numa verdadeira usina de elaboração, assimilação e democratização de conhecimentos úteis e aplicáveis.
Sua tarefa é aproveitar a massa enorme de informações a que os alunos têm acesso, provenientes das múltiplas fontes disponíveis, também as de fora do ambiente escolar, para fazer o seu processamento dentro da sala de aula. Este é o seu principal papel pedagógico. Segundo o professor Antônio Dias de Figueiredo, da Universidade de Coimbra, a grande preocupação das escolas tem sido a de “compartimentar o saber, em vez de oferecer contextos para compreendermos um mundo de diversidade, em que vivemos cada vez mais sequiosos de saber e mais afogados em informação”.
Fica evidente a necessidade de promover a reconciliação entre conteúdos e contextos e de trabalhar a interdisciplinaridade.